O Alvorecer de uma Estrela 

Disco “Alvorecer“ de Clara Nunes, lançado em 1974, é um dos dez discos clássicos da MPB  há completar 50 anos, mostrando o vigor de uma cantora e de uma  arte  que apontava caminhos.

Reduzir Clara Nunes a uma cantora de samba é reduzir o talento de uma “usina musical” a efervescer na década de 70.

Seria o mesmo que reduzir a nossa MPB a um único estilo, impossível, diante da grandeza da nossa mistura de raças, mistura que Clara se tornou a legítima e talvez, única porta-voz.

Pois Clara tinha as duas grandezas:  a musical e a nacional.

Quando o disco “Alvorecer” chegou ao grande público, Clara avisava em uma das faixas: vem de muito longe esse meu cantar. 

Depois de uma série de discos lançados, baseados em boleros de gosto duvidoso, Clara deu seu afinado grito de independência, capitaneada pelo seu mais novo produtor e companheiro Adelzon Alves, aproximava-se do samba do morro e seus compositores, buscava as raízes africanas, exorcizava  a sua fé na Umbanda e no Candomblé,  no visual de roupas brancas,  guias no pescoço e pés descalços, somando a  tudo isso, o visual e o gestual de Carmem Miranda, contagiante e brasileiro!!!

O disco “Alvorecer” é o fruto de toda essa aspiração artística, que a cantora mineira, ex-tecelã, perseguiu ao chegar ao Rio de Janeiro, com poucas malas e muitos sonhos. Sonho esse, que influenciou e ditou com esse lançamento, o que seria a Música Popular Brasileira a partir de “Alvorecer”.

O selo de 500 mil cópias vendidas reforçava a importância do disco e da carreira de Clara, na época um grande êxito para uma cantora. Puxado pelos  sucessos de: “Conto de Areia” e “Menino Deus“, o disco revela outras pérolas musicais como, “Meu Sapato já Furou”, “Alvorecer“ (faixa título), “Nanaê, Nanã, Naiana“ e a deliciosa regravação de “O que é que a baiana tem“.

Aos 50 anos “Alvorecer“, o disco, prossegue vitorioso e Clara Nunes prossegue essencial!

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Osmar Prado volta ao teatro

Ator divide a cena com Maurício Machado em ‘O Veneno do Teatro’, que estreia no SESC Santana

Quase uma década após pisar pela última vez nos palcos, no musical Barbaridade onde dividiu a cena com Susana Vieira, Osmar Prado retorna à cena com O Veneno do Teatro, thriller escrito pelo espanhol Rodolf Sirera e que cumpre temporada no palco do Teatro do SESC Santana a partir do dia 23 de fevereiro, sexta-feira.

Sob a direção de Eduardo Figueiredo, Prado divide a cena com Maurício Machado para narrar a história de um encontro entre um marquês sádico que convida um ator famoso para sua casa para um jogo, no qual encenam um texto de sua autoria sobre o processo de julgamento e execução do filósofo grego Sócrates.

À medida que a peça se desenvolve, a personagem de Prado impõe ao convidado um jogo perigoso que faz com que ele se aproxime cada vez mais de sua personagem e, por consequência, de seu destino. Escrito em 1978, o texto bebe de inspiração direta de A Pane, do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt (1921-2990).

Em cartaz até o dia 24 de março, com sessões de quinta-feira a sábado às 20h e domingos às 18h, O Veneno do Teatro seguirá em turnê por cidades como Belém, Goiânia, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Os ingressos custam de R$ 25 (meia) a R$ 50 (inteira).

Fonte : O Tempo

Foto : Divulgação

 

 

 

 

 

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Cia Perversos Polimorfos e Comunidade Cultural Quilombaque fazem o ‘Ensaios Perversos’ de fevereiro

Cia Perversos Polimorfos e Comunidade Cultural Quilombaque fazem o  ‘Ensaios Perversos’ de fevereiro

A Comunidade Cultural Quilombaque, espaço idealizado por ativistas e artistas no bairro de Perus, na zona noroeste da capital paulista, que se dedica a tecer uma relação entre comunidade e cultura, valendo-se dos saberes do território, recebe neste sábado, dia 24 de fevereiro, a ação multicultural ‘Ensaios Perversos‘, realizada há 10 anos pela Perversos Polimorfos, companhia de dança dirigida por Ricardo Gali. Entre 19h e meia-noite, artistas negros, dissidentes e periféricos protagonizam bate-papo para compartilhamento e troca de experiências, performances, batalha de Breaking e pista comandada por MCs e DJs para fazer todo mundo dançar antes de encerrar a noite.

A programação tem início com o multiartista, performer e coreógrafo Eduardo Guimarães, na Conversa Sem Fim, que versará sobre o tema “Ser Pernalta: o corpo que dança nas alturas como processo de cura”. O foco do bate-papo, mediado por Ricardo Gali, se relaciona a processos de construção de poéticas artísticas como políticas educacionais, a partir da encruzilhada entre referenciais e ancestralidades. “A arte na quebrada, no quilombo, não está apartada da educação, do fazer político e da gestão colaborativa de projetos autônomos e independentes”, afirma Guimarães, que no ano passado foi diretor de movimento no projeto Oriri, no Festival Internacional de Circo do SESC, e atualmente é mestrando em Dança, na UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Às 20h30, o Bando Undirê dança a primeira performance do Preliminares, “7 Voltas Para Lembrar”. O trabalho traz a simbologia da “árvore do esquecimento”, que se refere ao rito realizado pelas pessoas escravizadas em torno de um Baobá, em África (Benin e Nigéria), com o intuito de esquecer quem eram e de onde vieram, antes de embarcarem nos navios negreiros. “’7 voltas para lembrar’ provoca questões sobre o que queremos esquecer e o que queremos lembrar utilizando a dança, o teatro e a poesia como linguagens ‘suleadoras’”, argumenta Bruno Novais, diretor do grupo, fazendo uso do termo criado pelo físico Marcio D’Olne Campos, que reflete sobre o senso comum em torno do verbo “Nortear”, dando visibilidade à ótica do sul como uma forma de contrariar a lógica dominante que apresenta o norte como referência universal.

Na sequência, o coletivo Favela Move, formado por jovens, mulheres pretas, LGBTQIA+ moradores do bairro de Perus, traz “Baile Move”, composto por coreografias desenvolvidas pelos integrantes dos treinos e oficinas ministrados pelo coreógrafo Hugo Ribeiro, que atua de modo independente, trazendo um novo olhar sobre o entretenimento urbano e periférico. Ribeiro relembra que “as atividades iniciadas em 2018, num projeto social de aulas de dança apoiado pela Ocupação Casa do Hip-Hop Perus, foram se consolidando frente à articulação com a comunidade e hoje, dentro das oficinas, o grupo cria coreografias autorais e produz espetáculos de modo itinerante”.

A partir das 21h30, Bboys, MCs e DJs ocupam o Dance Floor. Yago Street Son, produtor cultural, Bboy, dançarino e arte educador apaixonado pela cultura hip-hop, arma a batalha de Breaking “Seven2Smoke”, com um jurado e oito competidores, que se apresentam em formato de fila, onde o campeão precisa alcançar 7 pontos para sair vitorioso.

Depois da competição, o coletivo Phone Raps, que, desde sua fundação há 15 anos, também no bairro de Perus, inspira mudanças nas periferias urbanas, liderando projetos integrados em cultura, educação e meio ambiente com vista à inclusão social, revitalização comunitária e o desenvolvimento sustentável local, convida Mc Magrela e Vitor Costa 7L para comandarem a pista com muita música até o fim da noite.

Em seus 10 anos, comemorados em 2024, “Ensaios Perversos” tem como fundamento trazer discussões em educação, filosofia, psicologia e direitos humanos na contemporaneidade. A ação, que surgiu de modo independente,  integra neste momento projeto contemplado pelo programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.

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Serviço

Ensaios Perversos – ação da Cia Perversos Polimorfos

24/02 (sábado), das 19h às 24h

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Umbanda e Diversidade

A importância da Umbanda na vida da comunidade LGBTQIAPN+

Por Káren Martins Tomás

A Umbanda é paz e amor, um mundo cheio de Luz, é força que nos dá vida, E a grandeza nos conduz, avante, filhos de fé, como a nossa lei não há, levando ao mundo inteiro, A bandeira de Oxalá, levando ao mundo inteiro, A bandeira de Oxalá…

(José Manoel Alves. Hino da Umbanda, 1961)

A coluna Escavando História nos proporciona aprofundarmos as narrativas que revelam a importância da diversidade e inclusão. Nesta conjunção, investigaremos a relevância da Umbanda na vida da comunidade LGBTQIAPN+, destacando como essa religião de matriz africana se tornou um refúgio acolhedor e um espaço de resistência para sujeitos diversos.

A Umbanda, religião de matriz africana com influências do espiritismo, catolicismo e tradições indígenas, reflete o sincretismo religioso. A inclusão da comunidade LGBTQIAPN+ nos terreiros de Umbanda ressalta paralelos com os preconceitos arraigados na sociedade, marcada por racismo, intolerância religiosa e homofobia. Nesta perspectiva, ao destacarmos os espaços de acolhimento, percebemos a conexão entre a luta contra a intolerância religiosa e a criação de ambientes de resistência carregados de axé, que rompem com as estruturas marginalizadas. Por sua historicidade a Umbanda é uma religião onde muitos têm preconceito, isso se fundamenta pelo fato de ser uma religião de matriz africana, onde o desconhecido é demonizado. Sendo assim, a Umbanda é uma religião conhecida por sua abertura à diversidade de sujeitos que a compõem.

O sagrado transcende além dos julgamentos de uma sociedade estruturalmente homofóbica, encontrar e abraçar o verdadeiro eu, aquele que faz parte da comunidade LGBTQIAPN+. Ao diferenciar espiritualidade de religião, percebemos que juntas oferecem um refúgio onde às identidades são respeitadas e isso promove a quebra de preconceitos e estereótipos, especialmente na interseccionalidade entre a comunidade LGBTQIAPN+ e a religião Umbanda. A Umbanda, historicamente marginalizada, acolhe a diversidade, oferecendo um espaço onde ser diferente é acolhido. Essa compreensão reforça a importância da religião como um canal de conexão espiritual, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero.

Em conformidade com o autor Barbosa (2014) a Umbanda[1] é uma religião relativamente nova, tendo seu surgimento no século XX no Brasil, no contexto da cultura afro-brasileira, a Umbanda é caracterizada por uma ampla diversidade de representações, variadas origens e práticas, que refletem a pluralidade de crenças e visões dentro da religião. Nesse sentido, nas religiões de matrizes africanas, a diversidade de gênero e sexualidade é muitas vezes compreendida e aceita de maneira mais ampla do que em outros contextos religiosos.

O trecho do hino da Umbanda, que ressalta os valores de paz, amor, luz e grandeza presentes nessa religião, representa a bandeira de Oxalá que é levada ao mundo inteiro, simbolizando a essência espiritual do sagrado e a universalidade dos princípios da Umbanda, que prega a união de todos os seres em um propósito comum de evolução espiritual, independentemente de raça, gênero ou orientação sexual. A Umbanda é uma religião que possui diferentes versões sobre sua origem, variando de acordo com as tradições e linhas de atuação de cada casa de Umbanda com os seus fundamentos. Apesar das diferenças, todas as versões compartilham a ideia de abraçar a diversidade como um reflexo da multiplicidade divina, acolhendo pessoas de todas as origens e identidades.

A riqueza da diversidade no campo umbandista está justamente na capacidade de se adaptar, evoluir e integrar diferentes formas de entender e vivenciar a espiritualidade, logo, é importante ressaltar que essa diversidade também contribui para a inclusão e a valorização de diferentes identidades culturais e espirituais. Além da diversidade de práticas e rituais, a Umbanda também abraça a diversidade de pessoas e suas necessidades espirituais. Nesse sentido, oferece um espaço inclusivo para pessoas de diferentes orientações sexuais, identidades de gênero, raças, origens étnicas e socioeconômicos. Assim sendo, todos são bem-vindos na Umbanda, desde que respeitem os princípios e valores fundamentais da religião.

Segundo o autor Saraceni (2019) a Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo no médium, que sabe lidar tanto com os espíritos, quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe são conferidos pelos senhores da natureza: os orixás! Umbanda é o veículo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do alto quanto os do embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.

Hoje, membros da Umbanda estão trabalhando para recuperar e reexaminar esses aspectos mais inclusivos da tradição. Isso pode envolver a revisão de certos conceitos e dogmas excludentes ou heteronormativos, bem como a criação de espaços mais inclusivos dentro da religião para indivíduos LGBTQIAPN+. Nesse sentido, a umbanda pode ser vista como uma religião que celebra o poder e a força do feminino, o que pode ser visto como um sinal positivo para a inclusão na religião. Portanto, é importante lembrar que a Umbanda, como qualquer outra religião, é produto de seus seguidores. Dessa maneira, a discussão sobre a inclusão de sujeitos que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+ na Umbanda faz parte de uma conversa mais ampla sobre representação e igualdade dentro das tradições religiosas.

Como tal, Saraceni (2019) dialoga que à comunidade de praticantes buscar facilitar um ambiente de inclusão e aceitação, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero, pois, diálogo e da educação sobre esses temas e a criação de espaços dentro da religião onde os indivíduos LGBTQIAPN+ possam se sentir apoiados e acolhidos. À vista disso, caberá aos praticantes individuais decidir como eles querem interpretar os ensinamentos da religião em relação a essas questões, mas esperamos que o guarda-chuva da diversidade e inclusão possa continuar a se expandir dentro da umbanda e de outras religiões.

Os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+ começam dentro de casa, onde, infelizmente, muitas vezes enfrentam rejeição e falta de compreensão em relação à sua orientação sexual ou identidade de gênero por parte de familiares e pessoas próximas. Essa falta de apoio pode levar muitos a se sentirem deslocados e isolados. Em busca de um ambiente onde possam se sentir acolhidos e compreendidos, muitos indivíduos LGBTQIAPN+ encontram nos terreiros de Umbanda não apenas um espaço espiritual, mas também um refúgio onde são aceitos e respeitados independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Ao analisarmos a relação entre a comunidade LBTQIAPN+ e a religião Umbanda, conseguimos extrair a diversidade de ambas, a forma acolhedora e singular de cada ser independente de sua identidade de gênero e orientação sexual e com respeito à individualidade e enaltecimento da diversidade como fonte de conexão com o sagrado, um ambiente de harmonia e aceitação quebrando preconceitos enraizados na sociedade.

Axé!

Patakori Ogum, Ogunhê meu pai

Fonte e Foto  : Agazetanet

 

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Disco revive legado de Gonzaguinha

Compositor carioca é homenageado com álbum que tem a participação de Martinho da Vila,  Sombrinha, Elba Ramalho, Criolo, Larissa Luz, Yvison Pessoa, Assis e Zélia Duncan

Luiz Gonzaga Nascimento de Jesus, o Gonzaguinha, acreditava na vida, na alegria de ser e nas coisas do coração, como cantou em Com a perna no mundo, samba no qual anunciava a descida do morro de São Carlos, onde morou durante a infância e adolescência. Mas teve vida breve. Partiu em 20 de abril de 1991, aos 45 anos, vítima de um acidente, numa rodovia no Paraná, deixando uma obra de grande relevância para a música popular brasileira.

No início da carreira, Gonzaguinha se juntou a Aldir Blanc, Ivan Lins, César Costa Filho, Márcio Proença e Paulo Emílio na criação do Movimento Artístico Universitário (MAU), que se caracterizou pela veemência da crítica à ditadura militar. Com a abertura política, na segunda metade da década de 1970, o discurso do compositor ganhou contornos de leveza.

Composições do filho do rei do baião, o pernambucano Luiz Gonzaga, e da dona de casa carioca Odaleia Guedes dos Santos, se tornaram clássicos da MPB. Nas vozes de Elis Regina, Gal Costa, Simone e, principalmente, Maria Bethânia, várias dessas canções se perpetuaram e chegaram às novas gerações.

O selo SESC joga luz sobre esse legado ao lançar Viver Gonzaguinha, projeto idealizado por Jair Neto, com produção de Carlinhos 7 Cordas, que traz como principal intérprete o cantor e compositor Sombrinha, um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal. “Em 2019, fui à escola de samba Estácio de Sá conversar com Dominguinhos do Estácio, que, infelizmente, faleceu em 2021, e Carlinhos 7 Cordas sobre fazer um disco sobre a obra de Gonzaguinha, com gente do samba cantando”, conta Neto. Segundo ele, desse diálogo entre os músicos, foram escolhidas 14 canções que exaltam a brasilidade.

Na abertura do álbum com Bom dia, as vozes de Martinho da Vila, Elba Ramalho, Criolo, Larissa Luz, Vidal Assis, Yvison Pessoa e Zélia Duncan, reunidas em coro, levantam o ânimo, acordando o povo brasileiro para os dias de luta, em Fala Brasil. Na sequência, ouve-se Sombrinha e Yvison Pessoa (Fala Brasil), Zélia Duncan (Recado), Elba Ramalho (Pense N’eu), Larissa Luz (O que é o que é), Sombrinha e Assis (Espere por mim morena).

O repertório é revisitado novamente por Martinho da Vila (Pá-nela), e também por Criolo (Lindo lago do amor) e Maria Rita (O homem falou). A faixa de encerramento traz E vamos à luta, música de total representatividade nesse disco, por expressar a identificação de Gonzaguinha com as manifestações populares, que, num dos versos, diz: “Eu acredito é na rapaziada/Que segue em frente e segura o rojão/ Eu ponho fé é na fé da moçada/ Que não foge da fera e enfrenta o leão”.

Serviço

Viver Gonzaguinha

Álbum produzido por Jair Netto, com Sombrinha e convidados. Lançamento do Selo SESC nas plataformas digitais.

Fonte: Correio Brasiliense

Foto: Reprodução/Capa de disco 1983

 

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Fernanda Montenegro anuncia leitura de Simone de Beauvoir em teatro no Rio de Janeiro

Fernanda Montenegro anunciou em suas redes sociais nesta quarta-feira (14.02) uma curta temporada no Teatro Prio, no Rio de Janeiro, fazendo a leitura de Simone de Beauvoir. No vídeo do anúncio, a atriz narra a novidade.

Em 2024, Fernanda Montenegro completa 80 anos de carreira & 95 anos de vida. “Diz Simone de Beauvoir: ‘Eu não aspiro a que as mulheres mudem apenas a situação das mulheres, mas que as mulheres mudem o mundo‘. A partir do dia 8 de março de 2024, estaremos por quatro semanas apresentando a leitura de Simone de Beauvoir no Teatro Trio, no Jóquei Clube do Rio de Janeiro. Espero você”, anuncia.

Fernanda Montenegro é atriz e considerada a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil.

Nascida Arlete Pinheiro da Silva em um subúrbio carioca, fazia curso de secretariado quando se inscreveu em um concurso para locutora e ganhou seu primeiro emprego, logo integrando um grupo de teatro e se tornando radioatriz.

Aos 23 anos se casou com o ator Fernando Torres, com quem teve dois filhos, o diretor Claudio Torres e a atriz Fernanda Torres.

Ao lado do marido, ela estreou no teatro, iniciando uma bem sucedida carreira de mais de sete décadas, com trabalhos marcantes como as peças ‘As Lágrimas Amargas de Petra von Kant’, ‘Dias Felizes Virão’ e ‘Beijo no Asfalto’; os filmes ‘Eles Não Usam Black-Tie’, ‘O Auto da Compadecida’ e ‘Vida Invisível; e as novelas ‘Baila Comigo’, ‘Guerra dos Sexos’, ‘O Dono do Pedaço’ e ‘Belíssima’, entre dezenas de produções.

Indicada ao Oscar de Melhor Atriz por ‘Central do Brasil’, venceu o Emmy Internacional de Melhor Atriz por ‘Doce de Mãe’.

Fontes : Glamour e Quem

Foto : Divulgação

Silvio Tadeu 

15/02/2024

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Nosso Lar 2 traz uma grande oportunidade desperdiçada 

Super produção de temática espírita errou em roteiro, estética e direção, mas quase acertou na mensagem a líderes religiosos atuais.

Em pleno momento, em que renomada artista, decide “macetar o Apocalipse”, decido conferir as críticas feitas ao filme “Nosso Lar 2 – Os Mensageiros“.

O filme tem por objetivo ser uma continuidade do sucesso “Nosso Lar“, lançado no ano de 2010 e cumpre a péssima tradição de que, continuidade de filmes de sucesso se tornam decepcionantes. 

Vide as continuações de alguns Blockbusters, como “…E o Vento Levou“ e as várias tristes sequências de “Psicose“, que nos fazem gostar cada vez mais os originais e menos as sequências. Mas falemos do filme em questão: 

Nos primeiros quarenta minutos do filme, eu até discordei com as críticas que li. 

Nos traz ganchos e reviravoltas interessantes,  que chegam a gerar algum suspense.

Os tons açucarados e clichês de interpretação, a manjada presença de espíritos bons e outros nem tanto, fazem parte do espiritismo kardecista, que teve o seu início a partir da comunicação dos vivos com os mortos, bem como toda filosofia que o cerca. 

Lembremos que o filme tem um público alvo bem definido, espíritas e simpatizantes do espiritismo, lembrando que o Brasil é considerada a nação que mais abriga adeptos do kardecismo, e foi pátria de um dos maiores médiuns do mundo, Chico Xavier, cuja obra psicografada “ Os Mensageiros “ serviu de base para o roteiro do longa. 

O problema do filme, é que depois destes poucos momentos interessantes, ele caminha para sequências inexplicáveis de passado, presente e futuro, e para os excessos de efeitos e escassez de clareza, atingindo diretamente as escolhas de roteiro e direção.  

Por sorte, alguns atores como Felipe de Carolis, na pele do personagem Otávio, que usa de forma desonesta seus dons mediúnicos, mostram que o foco do filme poderia ser melhor e mais bem aproveitado. 

Em tempos de exposição em redes sociais, pipocam mentores, com os segredos da vida, prosperidade e espiritualidade, mas para ter acesso a esses segredos, se faz necessário comprar seus livros, cursos e entrar para seu rentável séquito religioso. 

Dos seus centros religiosos para as páginas policiais, quem manipula o inocente e a sua fé, colhe em breve seus resultados, por isso a mensagem de Otávio seria imensamente bem vinda, caso os produtores de “Nosso Lar 2“ ajustasse melhor o foco, combatendo os excessos risíveis .

Fica a lição: aceitar o BBB ( Básico Bem Feito ) faz bem . E por que não ?

Foto :  Divulgação

Silvio Tadeu

14/02/2024 

 

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Samba Comentado

“Instituto do Samba” lança série “Samba Comentado” do Grupo Especial do RJ

Os 12 sambas de 2024 do RJ explicados em formato de vídeo, mostrando de forma ilustrada e dinâmica toda a história, as curiosidades e as mensagens que estão por trás das letras.

O “Instituto do Samba”, em parceria com os “Doentes da Sapucaí”, lançou a versão 2024 da série “Samba Comentado”, que explica o que está por trás das 12 letras dos sambas das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o carnaval de 2024. 

O projeto visa mostrar as curiosidades e as mensagens que estão por trás de cada letra. Ao todo, são 12 vídeos, um para cada escola de samba do grupo especial do RJ de 2024. Cada vídeo tem duração média de 8 minutos e utiliza imagens, vídeos, entrevistas com os compositores, animações e muita pesquisa para ilustrar de maneira didática e dinâmica o significado de cada trecho dos sambas. A narração, a pesquisa e o roteiro foram feitos pelo jornalista, compositor e apaixonado por samba enredo Alexandre Araújo. A edição e a direção de arte ficaram a cargo de Pedro Vidaurre.

Rogério Portos, presidente do Doentes da Sapucaí, e um entusiasta do carnaval, falou sobre o projeto. “Quanto mais entendemos, mais gostamos de um samba. O samba-enredo é de fazer inveja a qualquer livro de história. Responda rápido, sem pesquisar: você sabe o que foi a Revolta da Chibata? A resposta está no samba do Paraíso do Tuiuti 2024, que infelizmente muita gente vai escutar o samba sem perceber ou entender essa riqueza histórica. Identificamos que a profundidade do conhecimento a respeito da história por trás da letra está diretamente ligada ao quanto a pessoa gosta daquele samba. O Samba Comentado quer colocar luz nos sambas de enredo para o público possa entender melhor a mensagem que está por trás das letras, e assim levar conhecimento ao público para aumentar seu interesse no samba e valorizar o rico conteúdo nele inserido”.

A exibição está sendo feita pelo canal do Instituto do Samba (https://www.youtube.com/InstitutoDoSamba) no YouTube, e a divulgação nos diversos canais dos parceiros: escolas de samba, intérpretes, compositores, portais de comunicação e personalidades ligadas ao universo do samba. O lançamento foi no dia 24 de janeiro de 2024 e os 12 vídeos já estão publicados.

Marcos Seixas Soares, vice-presidente do Instituto do Samba e idealizador do projeto, contou como surgiu a ideia de criar o Samba Comentado. “O Samba Comentado nasceu da ideia de entender passo a passo o samba da Imperatriz Leopoldinense de 2018, que falou sobre o Museu Nacional do RJ e que sofreu um incêndio meses depois de ser enredo da Imperatriz daquele ano. Naquela época, de forma amadora e ancorado apenas em pesquisas pela internet, o 1º Samba Comentado foi criado. Um ano depois veio a 2ª edição, explicando também em vídeo o enredo dos Doentes da Sapucaí de 2019: “As 10 Campeãs da Sapucaí”.

Segundo o jornalista e sambista Alexandre Araújo, o trabalho faz com que você tenha uma nova visão sobre o samba-enredo. “Nós compositores ouvimos que os sambas são muito parecidos, mas acho que nunca houve um trabalho que esmiuçasse e explicasse o que está por trás de cada letra de samba. Essa série vai fazer com que muita gente se eduque e passe a olhar os desfiles de escolas de samba com uma outra perspectiva”.

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