Disco revive legado de Gonzaguinha

Compositor carioca é homenageado com álbum que tem a participação de Martinho da Vila,  Sombrinha, Elba Ramalho, Criolo, Larissa Luz, Yvison Pessoa, Assis e Zélia Duncan

Luiz Gonzaga Nascimento de Jesus, o Gonzaguinha, acreditava na vida, na alegria de ser e nas coisas do coração, como cantou em Com a perna no mundo, samba no qual anunciava a descida do morro de São Carlos, onde morou durante a infância e adolescência. Mas teve vida breve. Partiu em 20 de abril de 1991, aos 45 anos, vítima de um acidente, numa rodovia no Paraná, deixando uma obra de grande relevância para a música popular brasileira.

No início da carreira, Gonzaguinha se juntou a Aldir Blanc, Ivan Lins, César Costa Filho, Márcio Proença e Paulo Emílio na criação do Movimento Artístico Universitário (MAU), que se caracterizou pela veemência da crítica à ditadura militar. Com a abertura política, na segunda metade da década de 1970, o discurso do compositor ganhou contornos de leveza.

Composições do filho do rei do baião, o pernambucano Luiz Gonzaga, e da dona de casa carioca Odaleia Guedes dos Santos, se tornaram clássicos da MPB. Nas vozes de Elis Regina, Gal Costa, Simone e, principalmente, Maria Bethânia, várias dessas canções se perpetuaram e chegaram às novas gerações.

O selo SESC joga luz sobre esse legado ao lançar Viver Gonzaguinha, projeto idealizado por Jair Neto, com produção de Carlinhos 7 Cordas, que traz como principal intérprete o cantor e compositor Sombrinha, um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal. “Em 2019, fui à escola de samba Estácio de Sá conversar com Dominguinhos do Estácio, que, infelizmente, faleceu em 2021, e Carlinhos 7 Cordas sobre fazer um disco sobre a obra de Gonzaguinha, com gente do samba cantando”, conta Neto. Segundo ele, desse diálogo entre os músicos, foram escolhidas 14 canções que exaltam a brasilidade.

Na abertura do álbum com Bom dia, as vozes de Martinho da Vila, Elba Ramalho, Criolo, Larissa Luz, Vidal Assis, Yvison Pessoa e Zélia Duncan, reunidas em coro, levantam o ânimo, acordando o povo brasileiro para os dias de luta, em Fala Brasil. Na sequência, ouve-se Sombrinha e Yvison Pessoa (Fala Brasil), Zélia Duncan (Recado), Elba Ramalho (Pense N’eu), Larissa Luz (O que é o que é), Sombrinha e Assis (Espere por mim morena).

O repertório é revisitado novamente por Martinho da Vila (Pá-nela), e também por Criolo (Lindo lago do amor) e Maria Rita (O homem falou). A faixa de encerramento traz E vamos à luta, música de total representatividade nesse disco, por expressar a identificação de Gonzaguinha com as manifestações populares, que, num dos versos, diz: “Eu acredito é na rapaziada/Que segue em frente e segura o rojão/ Eu ponho fé é na fé da moçada/ Que não foge da fera e enfrenta o leão”.

Serviço

Viver Gonzaguinha

Álbum produzido por Jair Netto, com Sombrinha e convidados. Lançamento do Selo SESC nas plataformas digitais.

Fonte: Correio Brasiliense

Foto: Reprodução/Capa de disco 1983

 

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Fernanda Montenegro anuncia leitura de Simone de Beauvoir em teatro no Rio de Janeiro

Fernanda Montenegro anunciou em suas redes sociais nesta quarta-feira (14.02) uma curta temporada no Teatro Prio, no Rio de Janeiro, fazendo a leitura de Simone de Beauvoir. No vídeo do anúncio, a atriz narra a novidade.

Em 2024, Fernanda Montenegro completa 80 anos de carreira & 95 anos de vida. “Diz Simone de Beauvoir: ‘Eu não aspiro a que as mulheres mudem apenas a situação das mulheres, mas que as mulheres mudem o mundo‘. A partir do dia 8 de março de 2024, estaremos por quatro semanas apresentando a leitura de Simone de Beauvoir no Teatro Trio, no Jóquei Clube do Rio de Janeiro. Espero você”, anuncia.

Fernanda Montenegro é atriz e considerada a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil.

Nascida Arlete Pinheiro da Silva em um subúrbio carioca, fazia curso de secretariado quando se inscreveu em um concurso para locutora e ganhou seu primeiro emprego, logo integrando um grupo de teatro e se tornando radioatriz.

Aos 23 anos se casou com o ator Fernando Torres, com quem teve dois filhos, o diretor Claudio Torres e a atriz Fernanda Torres.

Ao lado do marido, ela estreou no teatro, iniciando uma bem sucedida carreira de mais de sete décadas, com trabalhos marcantes como as peças ‘As Lágrimas Amargas de Petra von Kant’, ‘Dias Felizes Virão’ e ‘Beijo no Asfalto’; os filmes ‘Eles Não Usam Black-Tie’, ‘O Auto da Compadecida’ e ‘Vida Invisível; e as novelas ‘Baila Comigo’, ‘Guerra dos Sexos’, ‘O Dono do Pedaço’ e ‘Belíssima’, entre dezenas de produções.

Indicada ao Oscar de Melhor Atriz por ‘Central do Brasil’, venceu o Emmy Internacional de Melhor Atriz por ‘Doce de Mãe’.

Fontes : Glamour e Quem

Foto : Divulgação

Silvio Tadeu 

15/02/2024

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Nosso Lar 2 traz uma grande oportunidade desperdiçada 

Super produção de temática espírita errou em roteiro, estética e direção, mas quase acertou na mensagem a líderes religiosos atuais.

Em pleno momento, em que renomada artista, decide “macetar o Apocalipse”, decido conferir as críticas feitas ao filme “Nosso Lar 2 – Os Mensageiros“.

O filme tem por objetivo ser uma continuidade do sucesso “Nosso Lar“, lançado no ano de 2010 e cumpre a péssima tradição de que, continuidade de filmes de sucesso se tornam decepcionantes. 

Vide as continuações de alguns Blockbusters, como “…E o Vento Levou“ e as várias tristes sequências de “Psicose“, que nos fazem gostar cada vez mais os originais e menos as sequências. Mas falemos do filme em questão: 

Nos primeiros quarenta minutos do filme, eu até discordei com as críticas que li. 

Nos traz ganchos e reviravoltas interessantes,  que chegam a gerar algum suspense.

Os tons açucarados e clichês de interpretação, a manjada presença de espíritos bons e outros nem tanto, fazem parte do espiritismo kardecista, que teve o seu início a partir da comunicação dos vivos com os mortos, bem como toda filosofia que o cerca. 

Lembremos que o filme tem um público alvo bem definido, espíritas e simpatizantes do espiritismo, lembrando que o Brasil é considerada a nação que mais abriga adeptos do kardecismo, e foi pátria de um dos maiores médiuns do mundo, Chico Xavier, cuja obra psicografada “ Os Mensageiros “ serviu de base para o roteiro do longa. 

O problema do filme, é que depois destes poucos momentos interessantes, ele caminha para sequências inexplicáveis de passado, presente e futuro, e para os excessos de efeitos e escassez de clareza, atingindo diretamente as escolhas de roteiro e direção.  

Por sorte, alguns atores como Felipe de Carolis, na pele do personagem Otávio, que usa de forma desonesta seus dons mediúnicos, mostram que o foco do filme poderia ser melhor e mais bem aproveitado. 

Em tempos de exposição em redes sociais, pipocam mentores, com os segredos da vida, prosperidade e espiritualidade, mas para ter acesso a esses segredos, se faz necessário comprar seus livros, cursos e entrar para seu rentável séquito religioso. 

Dos seus centros religiosos para as páginas policiais, quem manipula o inocente e a sua fé, colhe em breve seus resultados, por isso a mensagem de Otávio seria imensamente bem vinda, caso os produtores de “Nosso Lar 2“ ajustasse melhor o foco, combatendo os excessos risíveis .

Fica a lição: aceitar o BBB ( Básico Bem Feito ) faz bem . E por que não ?

Foto :  Divulgação

Silvio Tadeu

14/02/2024 

 

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Samba Comentado

“Instituto do Samba” lança série “Samba Comentado” do Grupo Especial do RJ

Os 12 sambas de 2024 do RJ explicados em formato de vídeo, mostrando de forma ilustrada e dinâmica toda a história, as curiosidades e as mensagens que estão por trás das letras.

O “Instituto do Samba”, em parceria com os “Doentes da Sapucaí”, lançou a versão 2024 da série “Samba Comentado”, que explica o que está por trás das 12 letras dos sambas das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o carnaval de 2024. 

O projeto visa mostrar as curiosidades e as mensagens que estão por trás de cada letra. Ao todo, são 12 vídeos, um para cada escola de samba do grupo especial do RJ de 2024. Cada vídeo tem duração média de 8 minutos e utiliza imagens, vídeos, entrevistas com os compositores, animações e muita pesquisa para ilustrar de maneira didática e dinâmica o significado de cada trecho dos sambas. A narração, a pesquisa e o roteiro foram feitos pelo jornalista, compositor e apaixonado por samba enredo Alexandre Araújo. A edição e a direção de arte ficaram a cargo de Pedro Vidaurre.

Rogério Portos, presidente do Doentes da Sapucaí, e um entusiasta do carnaval, falou sobre o projeto. “Quanto mais entendemos, mais gostamos de um samba. O samba-enredo é de fazer inveja a qualquer livro de história. Responda rápido, sem pesquisar: você sabe o que foi a Revolta da Chibata? A resposta está no samba do Paraíso do Tuiuti 2024, que infelizmente muita gente vai escutar o samba sem perceber ou entender essa riqueza histórica. Identificamos que a profundidade do conhecimento a respeito da história por trás da letra está diretamente ligada ao quanto a pessoa gosta daquele samba. O Samba Comentado quer colocar luz nos sambas de enredo para o público possa entender melhor a mensagem que está por trás das letras, e assim levar conhecimento ao público para aumentar seu interesse no samba e valorizar o rico conteúdo nele inserido”.

A exibição está sendo feita pelo canal do Instituto do Samba (https://www.youtube.com/InstitutoDoSamba) no YouTube, e a divulgação nos diversos canais dos parceiros: escolas de samba, intérpretes, compositores, portais de comunicação e personalidades ligadas ao universo do samba. O lançamento foi no dia 24 de janeiro de 2024 e os 12 vídeos já estão publicados.

Marcos Seixas Soares, vice-presidente do Instituto do Samba e idealizador do projeto, contou como surgiu a ideia de criar o Samba Comentado. “O Samba Comentado nasceu da ideia de entender passo a passo o samba da Imperatriz Leopoldinense de 2018, que falou sobre o Museu Nacional do RJ e que sofreu um incêndio meses depois de ser enredo da Imperatriz daquele ano. Naquela época, de forma amadora e ancorado apenas em pesquisas pela internet, o 1º Samba Comentado foi criado. Um ano depois veio a 2ª edição, explicando também em vídeo o enredo dos Doentes da Sapucaí de 2019: “As 10 Campeãs da Sapucaí”.

Segundo o jornalista e sambista Alexandre Araújo, o trabalho faz com que você tenha uma nova visão sobre o samba-enredo. “Nós compositores ouvimos que os sambas são muito parecidos, mas acho que nunca houve um trabalho que esmiuçasse e explicasse o que está por trás de cada letra de samba. Essa série vai fazer com que muita gente se eduque e passe a olhar os desfiles de escolas de samba com uma outra perspectiva”.

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